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Bernardino Jordão
Foi uma das grandes figuras da Guimarães empresarial da primeira metade do século XX. Natural de Arões (Fafe), estabeleceu-se como comerciante em Guimarães nos finais do século XIX.
A iluminação pública da cidade, alimentada a eletricidade, foi inaugurada em 16 de agosto de 1903 e em 1907 a concessionária, uma empresa inglesa de Manchester, associou-se a Bernardino Jordão. Este adquiriu a concessão e instalou uma fábrica de eletricidade em 1909 nos terrenos de Vila Flor, onde ainda hoje está instalada a EDP. No período da República obteve ainda a concessão das Caldas das Taipas.
Exerceu cargos de direção política no Partido Republicano e foi Procurador à Junta Distrital de Braga em representação de Guimarães.
Na República foi quase sempre apoiante de Mariano Felgueiras, mas teve grandes “guerras” com uma Câmara republicana, opositora de Mariano, em 1920-1922, mas estas agudizaram-se no período do “Estado Novo” com quase todas as Câmaras a procurarem a municipalização da iluminação pública e do fornecimento de eletricidade para o comércio e indústria. Ganhou, porém, todas essas “guerras”.
Em 1936, a Câmara decidiu municipalizar os serviços de eletricidade. Ao mesmo tempo, Guimarães chorava a não existência de um Teatro na cidade, enquanto os cinemas de Vizela e Fafe anunciavam em placards no centro de Guimarães os filmes que exibiam.
Bernardino Jordão avançou para a construção de um Teatro, em janeiro de 1937, como resposta. Em 21 de Novembro de 1938, o Teatro foi inaugurado, mas o Governo só autorizou que tivesse a denominação “Teatro Martins Sarmento” recusando o nome “Teatro Jordão”. Mas poucos dias depois, ganhava a “guerra” da luz com a nomeação de um novo Presidente da Câmara e com a alteração da decisão da municipalização, sendo-lhe atribuída nova concessão. Projetou ainda a construção de um Hotel em Vila Flor, onde hoje está instalado o CCVF, e a instalação de um Teleférico para a Penha, o que não concretizou. A cidade só veio a ter um Hotel nos anos 70 e o Teleférico nos anos 80.
Em maio de 1940 faleceu vítima de um ataque súbito quando passeava com amigos no Jardim Público (hoje Alameda de S. Dâmaso) em vésperas das “Centenárias de 1940” que tiveram lugar em Guimarães.
Eduardo de Almeida
É a grande figura intelectual e cultural de Guimarães da primeira metade do século XX.
Filho de um empresário e dirigente político dos finais do século XIX, Eduardo Manuel de Almeida, que está igualmente referenciado na toponímia da cidade (rua do Hotel Guimarães), o jovem Eduardo de Almeida licenciou-se em direito em Coimbra em 1905 e nos seus tempos universitários aderiu aos ideais republicanos. No período 1905/1910 foi sempre visto em Guimarães como um dos líderes dos jovens republicanos, mas ausentou-se para Lisboa, onde iniciou a sua carreira de advogado, para não hostilizar o Pai.
Em outubro de 1910, o Governo da República nomeou-o o primeiro Administrador do Concelho e foi ele que proclamou a República aos treze dias desse mês e designou a primeira Comissão Administrativa Municipal Republicana. Em 1911 foi eleito Deputado à Constituinte.
Foi o primeiro Diretor do Internato Municipal (Lar de Estudantes do Liceu), mas abandonou a política em 1915 desiludido com as lutas entre monárquicos e republicanos e internas entre estes.
Foi depois Presidente da Sociedade Martins Sarmento e da Associação Comercial e Industrial de Guimarães, passando a ser uma figura de referência e que estabelecia pontes entre todos os sectores da sociedade local.
Manteve-se até ao fim da vida republicano e democrata, o que não o impediu de ser advogado do Município durante o Estado Novo e de ter sido o principal orador da homenagem que a Cidade prestou a João franco em 1934, ele que tinha sido seu adversário político na monarquia.
Foi autor de vários livros publicados e de uma vasta colaboração na imprensa local.
Faleceu em 1958.